quinta-feira, 27 de abril de 2017

Arissun atete Eru o ritual dá morte.

ARISSUN, OU O RITUAL DA MORTE.

                             Ritual de Herú e sua importância!




Nos dias de hoje está complicado fazer este ritual, pois como muitos praticam três religiões completamente distintas uma das outras (Umbanda, Quimbanda e Nação) estão fazendo a maior bagunça.
Bom se a pessoa pratica as três coisas, em cada uma deverá realizar seus devidos ritos, porém ARISÚN OU HERÚ, só pertence a NAÇÃO!
E não podemos de maneira nenhuma misturar esses ritos!
O Arisún é uma obrigação milenar direcionada especificamente para os praticantes das religiões negras de matriz africana.
O mesmo começa no exato momento em que é comunicada a morte do Baba ou Iya, pois neste instante deverá ser realizado o rito de despachar o Bará, e arriar todas as suas quartinhas e obrigações.
O Finado(a) deverá ser vestido com axó e o caixão devidamente preparado para poder ir para capela.
Na capela deverá ser feito o ritual do Bori e guias, e serem depositados todos os Ecós necessários.
Algumas Bacias usam um Ateté especifico para fechar o caixão.
Somente prontos poderão participar do transporte, isso porque neste momento também será realizado um rito específico onde o caixão será embalado em um ateté próprio, este eu irei escrever a pedidos. (T: O Ateté Colaô R: Fara fori balé e o ateté colaô fara fori balé...) existem algumas variações, mas de uma forma ou outra não variam muito um do outro.
Todos os prontos que forem transportar o caixão deverão estar neste momento fazendo o rito dos lenços brancos.
Na hora de se enterrar o caixão, deverá ser tirado de acordo com algumas nações o ateté do Orixá da pessoa e um Ateté especifico que deverá ser tirado enquanto punhados de terra são jogados no caixão.
Após o enterro todos deverão realizar o rito dos palitos.
Na madrugada do sexto dia deverão ser iniciados os ritos necessários para o Inicio do Arisún que deverá se encerrar após a missa de sétimo dia. (Ebó dos Eguns, Abertura do Balé, almoço, ritual do café e janta, roda para dos Eguns, rito do saco.... limpeza e finalização com despacho)
Não especifiquei os ritos, somente os listeis, pois são segredos de nossa religião, e para cada nação existe uma variação!
Mas de uma forma geral tudo é muito parecido!
O mais importante de tudo é que existem regras e procedimentos que devem ser respeitados, não se pode misturar os ritos de Umbanda, Nação e Quimbanda, pois elas são RELIGIÕES COMPLETAMENTE INDEPENDENTES E DIFERENTES UMA DAS OUTRAS!
DEVEMOS RESPEITAR AS NOSSAS BACIAS E AQUILO QUE APRENDEMOS, O INÍCIO DA VIDA RELIGIOSA DE UM FILHO É SUPER IMPORTANTE, POIS DEFINIRÁ A VIDA DESDE RELIGIOSO, O FIM TAMBÉM, POIS IRÁ LIBERTAR ESTE FILHO PARA SUA NOVA VIDA ESPIRITUAL!
VAMOS RESPEITAR NOSSOS ANCESTRAIS E BACIAS! ADUPÉ!
PAI ANDRÉ DE OGUM

ORUMILAIA




Orixá da adivinhação.
Dia da semana: domingo.
Cor: Branco, que representa a clareza, discernimento, o dom do entendimento. Preto, representa o mistério que está por vir, o oculto, aquele que somente é revelado a quem procura entender.
Guia: 1 conta branca e 1 conta preta.
Ferramentas: jóias em prata, caramujo, sol (luz solar), cajado, pomba de prata, um par de olhos moedas e búzios.
Lugar de oferendas: rio e mar.
Aves: galinha preta para a feitura de búzios, galinha branca para o Orixá.
Pombo: brancos.
Quatro - pé: cabrita branca.
Peixe: pintado.
Frutas: uva branca, coco, pera d'água, pêssego branco, noz, baunilha, lima, araçá, ameixa preta.
Flor: todas as brancas.
Características: Recebe o título de Oxalá porque é aquele que conhece os mandamentos e toda adivinhação de passado, presente e futuro.
Saudação: Epao Epa Babá.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Lorogun - rito de guerra

Lórògun - Rito de Guerra


O modo de produção econômico principal entre os povos africanos é a agricultura. A produção excedente é comercializada em grandes mercados. Mas a agricultura é uma atividade muito frágil: o tempo (incontrolável) e a mão-de-obra são fatores determinantes para a economia de uma região. Por isso muitos povos, na ansiedade de garantir uma subsistência durante o ano todo, travavam conflitos com a intenção de dominar regiões e assim cobrar tributos desses reinos. Com os iorubás não era diferente.
Existe ainda hoje um grande reino iorubá, no estado de Oxum, chamado Ijexá, origem da nossa Nação gaúcha. Este reino possui sua capital na cidade de Ilexá, onde cultua-se o Orixá Obokun que, embora sendo um Orixá da criação (Oxalá), é um guerreiro poderoso, tão importante na região que dá título ao rei (Obá Obokun).
Ogedengbe Obanla
Chefe guerreiro de Ijexá
Os Ijexás são um povo extremamente guerreiro. Travaram muitas guerras contra outras etnias iorubás para a manutenção dos seus domínios. E é aqui que entra a questão religiosa.
Para povos religiosos, como os iorubás, todas as instâncias da vida são sagradas, inclusive a guerra. É comum para muitos povos que, em tempos de paz, sejam realizados rituais (cantos, danças, beberagens, festins) de guerra. Na teologia desses povos não são apenas as pessoas que vão para a guerra, mas também suas divindades, os Orixás, e é aí que surge esse rito chamado de Lórògun (Rito de Guerra, em iorubá), ou como chamamos aqui “Mandar os Santos (ou Orixás) para a Guerra”.
Esse ritual consiste em três partes: a ida dos Orixás à guerra, o período de abstinência e o retorno dos Orixás. Na primeira parte, realizada à noite, os Orixás guerreiros se manifestam em seus “cavalos” durante um pequeno orô (rito). Após, o quarto-de-santo ficará fechado. Inicia-se então a segunda parte onde devemos nos abster de bebidas alcoólicas ou revitalizantes, carnes, sexo (diz-se que um filho concebido neste período poderia nascer com espírito brigão), qualquer coisa que nos agite, pois podem se transformar em brigas com consequências trágicas. Simbolicamente, este período de abstinência serve para nos lembrar dos períodos de guerra onde a comida é escassa e os nervos estão à flor da pele. A terceira parte é o retorno dos Orixás para casa, ritual realizado na parte da manhã, é uma grande festa de recepção onde todos os Orixás se manifestam. O sentimento é de alegria pelo Seu retorno, o que também simboliza o retorno a normalidade.
Na transposição dessa cultura ao Brasil, na época da escravidão, todos os rituais africanos tiveram que ser adaptados ao calendário católico. Assim, esse ritual africano é realizado na semana santa, com a primeira etapa na quarta-feira, a segunda na quinta e sexta-feira, e a terceira no sábado pela manhã.
Por causa da adaptação ao calendário litúrgico católico, muitas pessoas que desconhecem a história e os propósitos desse ritual, usaram a ideologia cristã para explicá-lo, mas como podemos ver esse ritual é tipicamente africano, faz parte das nossas raízes mais remotas e devemos realizá-lo com muito respeito e reverência.

domingo, 9 de abril de 2017

Lendas oya

Lendas - Oyá Ygbalé/ Iansã do Balé

Iansã é a dona dos ventos e tempestades, em sua essência é a senhora dos movimentos, das ações. Uma guerreira incansável que é inconstante e rápida, não espera nada vir para sua mão, tem gosto de ir buscar seja o que for, aonde quer que esteja. Foi isso que a fez ganhar essa qualidade.

Oyá estava cansada de se ver submissa ao domínio dos orixás masculinos, que eram detentores do poder. Então saiu pelo mundo visitando o reino de cada orixá-homem com a intenção de ter esses poderes também para si.

Ganhou nas matas o domínio do Ofá e Oxóssi lhe ensinou a se disfarçar de Búfalo, ganhando a sua pele e seus chifres. Na Forja aprendeu com Ogum a brandar a espada e a lutar exíminiamente. Com Xangô, sua parte masculina, aprendeu a manipular o fogo e a controlar os relâmpagos. Com Oxaguiã aprendeu a arte do pilão e assim por diante.

Andou o mundo até chegar no reino de Omulú. Lá tentou de tudo, mas o Orixá não se rendia a seus encantos. Se vendo sem alternativas Oyá dançou no vento pelos sete cantos do mundo em homenagem ao senhor da terra, que sequer se comoveu com o ato ousado da iabá.

Omulú já era bem velho, e conhecia o comportamento intempestivo de Iansã, mas se surpreendeu quando percebeu que ela, sem mais artifícios, prostou os joelhos no chão e pediu Agô. Pediu humildemente que Omulú lhe desse alguma sabedoria, e o velho vendo que finalmente ela havia entendido o que ele queria passar lhe entregou o domínio do cemitério e a responsabilidade das almas que lá se encontram.

Com seu Eruexim, instrumento sagrado feito com rabo de cavalo e cobre ou seu ramo de Mariwó, folha do dendezeiro, conduz os espíritos desencarnados para o Orúm ( Céu). Assim como não permite que os Eguns, espíritos, perturbem os vivos.

Ganhou o nome de Oyá Igbalé (cemitério).

Essa qualidade de Iansã, diferente das outras, se veste totalmente de branco ( como sinal de luto pelas almas desencarnadas que comanda).